Morre Carlos Colla, compositor de ‘Falando sério’ e outros sucessos da MPB

Morreu esta sexta-feira no Rio, aos 78 aos, Carlos Colla, um de maior sucesso da música popular brasileira, autor de sucessos para Roberto Carlos (como “Falando sério”, uma de suas parcerias com Maurício Duboc), Fafá de Belém ( “Meu disfarce”, também gravada por Chitãozinho e Xororó) e até o grupo porto-riquenho Menudos ( “Hoje a noite não tem luar”, mais tarde regravada pela Legião Urbana).

Ele teve mais de duas mil músicas gravadas por inúmeros artistas brasileiros e estrangeiros, mais de 40 delas por Roberto, que o tinha como um de seus compositores preferidos.

Carlos Colla morreu de uma parada respiratória, em decorrência de uma falência múltipla dos órgãos. Na última terça-feira ele passou por uma cirurgia para tratar dois aneurismas na aorta abdominal. Ainda não há informações sobre velório ou sepultamento/cremação.

Nascido em Niterói em 1944, Colla começou a compor aos 14 anos e mais tarde iniciou sua vida artística ao lado do amigo Maurício Duboc no conjunto musical O Grupo. Numa apresentação no Canecão, os dois conheceram Roberto Carlos, a quem pediram uma música para gravar. O Rei fez a contraproposta de que compusessem canções para ele, e os dois entregaram mais tarde uma fita com “A namorada” e “Negra”, gravadas por Roberto respectivamente em seus LPs de 1971 e 1972.

Daí em diante, Carlos Colla e Maurício Duboc tiveram várias músicas nos discos do cantor, como o hit “Falando sério” (em 1977) e “Me conte a sua história” (1979). Para Roberto, Colla ainda compôs com outros parceiros, como Marcos Valle (“Como as ondas do mar”), Mauro Motta (“Se você pretende”) e Roberto Livi (“Se você me esqueceu”).

O compositor se graduou em Direito em 1974 e até 1980 atuou na advocacia paralelamente à composição – naquele ano, ele presenciou na Ordem dos Advogados do Brail a explosão de uma carta bomba (num atentado da extrema-direita, que vitimou a secretária Lyda Monteiro) e decidiu dedicar-se somente à música.

Em 1984, Carlos Colla produziu à vinda ao Brasil da boy band Menudos, para o qual fez versões em português dos seus sucessos – entre as quais a que resultou em “Hoje a noite não tem luar”. E ainda produziu o jovem astro mexicano Luis Miguel.

 

De Xuxa e Emilio Santiago

 

A partir dos 1980, além de “Meu disfarce” (parceria com Chico Roque), Colla emplacou sucessos com Sandra de Sá (“Solidão”, com Roque; e “Bye, Bye tristeza”, com Marcos Valle), Emilio Santiago (“Verdade chinesa”, com Gilson), Xuxa (“A dança do coco”, com Augusto Cesar) e Ricky Vallen (“Vidro fumê”, com Kaliman Chiappini).

Em 1992, Carlos Colla lançou um LP como cantor, interpretando algumas de suas composições. E, em 2011, editou o seu primeiro livro, o romance “A namorada”. Nos anos 2000, ao lado de Maurício Duboc e Michael Sullivan, ele também compôs canções para o segmento gospel, como “Coração a coração” e “Cura Jesus”, gravadas pelo pastor e ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella.