Mulher que matou o marido em Presidente Médici é liberada após audiência de custódia

No município de Presidente Médici, localizado na região central do estado de Rondônia, uma união afetiva com indício de relacionamento abusivo, e aparentemente tóxica, culminou em tragédia resultando em um assassinato que foi praticado, nesse caso, pela mulher, contra o seu companheiro.

O homicídio foi registrado na noite do último sábado (21). Luciano Ferreira Ramos, 37, morreu após ser atingido por um único um golpe de faca desferido pela sua mulher Flávia Thais Gomes Vengue. 27 anos, o crime ocorreu em uma moradia localizada na rua Tiradentes com a rua da Paz, região central de Presidente Médici.

No ato de sua prisão a mulher alegou legítima defesa, deu declarações de que estaria no limite insuportável em sua relação conjugal, e que devido a surras recorrentes e uma nova agressão violenta de socos e tentativa de enforcamento, agiu com o mesmo instinto e feriu de morte seu companheiro.

 

Uma testemunha, cuja identidade não foi revelada, informou que o casal estava socializando e consumindo bebida alcoólica e Flávia teria sofrido outra agressão do companheiro, e também deu detalhes para a PM da conturbada relação do casal, e disse que Flávia constantemente sofria violência física e psicológica.

Depois de ser esfaqueado, Luciano sentou na calçada em frente à casa, foi socorrido por várias pessoas, mas não resistiu e foi a óbito. Flávia foi detida por policiais militares, recebeu voz de prisão e foi encaminhada para a Delegacia de Polícia Civil.

Na Delegacia, o delegado Flaviano José da Silva Júnior após ouvir a mulher lavrou um auto de prisão em flagrante delito, pelo crime de homicídio (art. 121 do Código Penal), não arbitrou fiança, e ela mulher foi encaminhada ao Presídio de Presidente Médici – RO

Durante a realização de audiência de custódia, realizada na tarde desta segunda-feira, a juíza Marisa de Almeida anulou o estado de segregação, decidiu pela liberdade provisória de Flávia Thais Gomes Vengue. 27 anos, e no despacho substituiu a prisão cautelar por medidas cautelares diversas como não se ausentar da comarca por mais de oito dias.

Flávia também terá que permanecer em seu domicílio em horários especificados pela Justiça, inclusive aos domingos e feriados. A reportagem entrou em contato com o delegado, e segundo ele informou no interrogatório de Flávia ela somente disse “eu agi em legítima defesa”, e que iria aguardar para dar maiores detalhes somente em juízo.

A partir de agora, o delegado Flaviano Júnior, que conduz a investigação, vai tomar o depoimento da mulher, e ouvir testemunhas, entre as quais a que teria dado aos policiais militares a versão da violência sofrida pela autora do crime.

“Como ela foi solta, nosso prazo agora é mais generoso, temos 30 dias pra concluir (o inquérito) e apresentar relatório”, explica o delegado.

Por Edmilson Rodrigues – Imagem: fotomontagem Correio Central