“Assistiram muita Netflix”, diz delegado sobre bandidos que cavaram túnel

O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Frederico Murta, afirmou que os criminosos que bolaram a escavação de um túnel até a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, “assistiram muita Netflix” e que o túnel podia desabar a qualquer momento.

O túnel planejado para fuga em massa no presídio foi descoberto em setembro de 2022. Na época, nove bandidos foram presos em flagrante e três menores apreendidos por participarem nas escavações. Todos eles vieram do Piauí, contratados para cavar o túnel.

“A parte estrutural ficou muito aquém. Assistiram muita Netflix. Eles estavam em uma situação periclitante. Acredito que eles tenham atingido uma galeria de esgoto, o túnel estava com muita dificuldade de bombear água”, diz.

“Eles estavam trabalhando nos últimos dias ali com parte do corpo submerso no esgoto, então acredito que eles não conseguiriam chegar e aquela estrutura poderia ruir a qualquer momento”, completa.

As vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiros e Defesa Civil constataram que o túnel contava com estrutura reforçada, escoras e iluminação e já havia avançado por mais de 40 metros no sentido à unidade prisional.

“Eu creio que eles não conseguiriam [realizar a fuga em massa]. Por conta de questões estruturais, eu acho que aquilo ia acabar desabando, grandes chances de morrer todos ali dentro”, explica.

A Polícia Civil encontrou também no local, um aparelho de GPS, que tinha como coordenada geográfica um dos pavilhões da PCE. Caso o plano desse certo, o túnel poderia provocar uma fuga em massa de detentos da penitenciária.

“Se eles chegassem ao fim, seria sim o túnel de tamanho considerável, uma estrutura não muito pequena, que caso tivesse aberto um acesso ali, teria facilitado uma fuga em massa da unidade. Seria um problema imensurável para a sociedade”, salienta.