Após semanas de terror, grávida morre vítima de espancamentos

Internada há uma semana, após sofrer uma série de agressões por parte de seu companheiro, Gisely Duarte Galeano, de 35 anos, veio a óbito no Hospital da Cassems de Dourados, vítima de um aborto em decorrência das lesões sofridas e de um derrame encefálico.

Gisely era de Ponta Porã, município na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Segundo a Polícia Civil, no dia 3 de fevereiro ela foi agredida pelo seu companheiro, identificado pelas iniciais F.C.D., também de 35 anos. Na ocasião, ela teria tentado registrar Boletim de Ocorrência e acionar a Polícia Militar, mas foi impedida pelo homem.

Com a certeza de que ela iria denunciá-lo, o agressor foi embora para Bela Vista, município aproximadamente 130,6 quilômetros distante de Ponta Porã. No dia 5, dois dias após as agressões, Gisely conseguiu registrar a ocorrência, mas optou por não solicitar medida protetiva. Ela suspeitava de que estava grávida.

Quase duas semanas depois, no dia 18 deste mês, F.C.D. fez contato com a vítima, que foi até Bela Vista encontrá-lo. Neste dia, ela foi agredida novamente, e retornou para Ponta Porã lesionada, sem contar o ocorrido para ninguém.

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No dia seguinte, 19 de fevereiro, familiares foram visitá-la, mas Gisely os recebeu apenas com o portão entreaberto, não deixando que ninguém entrasse na residência ou a visse por completo. Preocupada, a irmã tentou contato posteriormente, sem sucesso, já que a mulher não atendeu as ligações e nem respondeu mensagens.

No dia 20 de fevereiro, a irmã retornou à residência de Gisely, e conseguiu entrar. A vítima estava deitada no sofá, e reclamava de fortes dores abdominais. A irmã a levou até o Hospital Cassems, onde foi constatado o aborto, em decorrência das agressões, e um derrame encefálico.

Devido ao quadro, Gisely foi transferida com urgência para o Hospital Cassems de Dourados.

Nesta terça-feira, dia 27 de fevereiro, a irmã de vítima registrou um novo Boletim de Ocorrência contra F.C.D..

Na quarta-feira (28), foi constatada a morte da vítima.

O caso está sendo investigado como feminicídio majorado, se praticado durante a gestação.

“A Polícia Civil está tomando todas as medidas cabíveis para que o autor possa ser responsabilizado criminalmente por seus atos”, diz nota.