Crise comercial: EUA impõem tarifa de 50% sobre exportações brasileiras e Brasil reage
A partir de 6 de agosto de 2025, entrou em vigor uma tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, sobre cerca de 36% das exportações brasileiras. A medida, anunciada em julho, afeta principalmente setores como carne, café e frutas, impactando aproximadamente 4% do total das exportações do Brasil. Produtos como suco de laranja, minérios e combustíveis ficaram isentos da nova sobretaxa.
Em resposta, o governo brasileiro, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e publicou um decreto autorizando a aplicação de tarifas equivalentes sobre produtos norte-americanos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou a medida como “inamistosa”. Lula, por sua vez, declarou que não pretende buscar diálogo direto com Trump para tentar reverter a decisão.
A ação de Trump integra uma série de medidas de cunho protecionista, justificadas por ele como uma resposta a políticas brasileiras “hostis” aos interesses dos Estados Unidos — entre elas, as investigações em curso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que têm gerado desconforto entre os dois países desde o início do ano.
Diante do novo cenário, economistas sugerem que os setores afetados busquem diversificação comercial, mirando mercados como China e União Europeia. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou a resiliência do agronegócio nacional e sua capacidade de adaptação. Já o Banco Central, em alerta aos riscos inflacionários, anunciou a manutenção da taxa básica de juros em 15% ao ano.
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, agora intensificada, pode ter efeitos duradouros na relação bilateral, com impactos tanto econômicos quanto geopolíticos.