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Governo Trump cancela visto de secretário do Ministério da Saúde por relação com programa ‘Mais Médicos’

O governo dos Estados Unidos, durante a administração Donald Trump, revogou o visto de entrada de um secretário do Ministério da Saúde do Brasil, alegando envolvimento no programa “Mais Médicos” e no suposto uso da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como intermediária para contratar médicos cubanos.

A decisão foi anunciada pelo então secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que classificou o programa como “um golpe diplomático inconcebível” e afirmou que ele teria servido para burlar sanções impostas a Cuba. Segundo comunicado do Departamento de Estado, as restrições de visto atingiram funcionários e ex-funcionários brasileiros e da Opas acusados de participar de “esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos por meio de trabalho forçado”.

De acordo com o documento, autoridades brasileiras teriam viabilizado o programa sem cumprir requisitos constitucionais, enviando ao governo cubano parte dos valores que seriam devidos aos médicos. O texto alega que tal esquema teria “enriquecido o regime cubano” e privado a população de cuidados essenciais.

O programa Mais Médicos, criado em 2013, contratou médicos brasileiros e estrangeiros para suprir vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em áreas remotas. Entre 2013 e 2018, milhares de médicos cubanos atuaram no Brasil por meio de acordo mediado pela Opas. Relançado em 2023, o programa conta atualmente com cerca de 24,7 mil médicos em 4,2 mil municípios.

A medida contra o secretário brasileiro integra uma série de sanções impostas pelo governo Trump ao Brasil, incluindo o aumento de tarifas sobre produtos, a revogação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades como Alexandre de Moraes. Em julho, vistos de sete ministros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, também foram suspensos.

O governo brasileiro criticou a decisão norte-americana, classificando-a como “arbitrária” e “sem fundamento”, e afirmou que a medida representa “interferência inaceitável no sistema de Justiça e violação da soberania nacional”.

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