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Trump anuncia tarifa de 10% para o Brasil; taxas chegam a 49% para outros países

Veja os argumentos a favor e contra as tarifas recíprocas
Ao todo, o “tarifaço” de Trump atinge mais de 180 países e regiões, incluindo a União Europeia (20%), China (34%), Coreia do Sul (25%) e Japão (24%). Veja aqui a lista completa.

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🗽 “Dia da Libertação”: O anúncio foi feito pelo republicano na última quarta-feira (2), com o discurso de que os EUA ficariam “livres” de produtos estrangeiros. “É a nossa declaração de independência econômica”, afirmou o líder americano.

🤷‍♂️ Liberdade? No entanto, Trump e integrantes de sua administração são vozes minoritárias a favor do tarifaço. Em geral, especialistas atribuem à medida uma série de efeitos negativos — tanto para a economia dos EUA quando para o resto do globo.
Veja abaixo os principais argumentos a favor e contra as taxas.
5 perguntas e respostas rápidas sobre o tarifaço de Trump
Quais são os argumentos a favor das tarifas?

➡️ Fortalecimento da indústria nacional
Trump utiliza as taxas como uma tentativa de incentivar a indústria nacional, por meio do aumento da produção e do consumo de itens locais. A ideia é que, ao priorizar produtos fabricados nos EUA, o país gere mais emprego e fortaleça a economia — embora analistas enxerguem justamente o movimento contrário.

➡️ Redução do déficit comercial
A imposição de tarifas pelos EUA está alinhada com as promessas do presidente de taxar seus parceiros comerciais. Os principais alvos são países com os quais os EUA têm déficit na balança comercial — ou seja, gastam mais com importações do que recebem com exportações. Entre eles, estão o México, o Canadá e a China. Assim, Trump espera reverter esse quadro.

➡️ Potencial arrecadatório
Outro possível efeito do tarifaço pode ser a elevação da arrecadação com os impostos de importação. O resultado, no entanto, vai depender de uma série de fatores, como a reação dos outros países, o volume de importação nos EUA e o comportamento do comércio no cenário global.
Quais são os argumentos contra as tarifas?

➡️ Pressão sobre a inflação
Especialistas destacam que a aplicação de tarifas tem potencial inflacionário, já que o custo mais alto de importação deverá encarecer a produção pelas empresas nos EUA. Consequentemente, os produtos e serviços tendem a subir para o consumidor final, pressionando o índice de preços do país.

➡️ Baixa capacidade de absorção pelas empresas
Além disso, há dúvidas sobre a capacidade de produção das empresas norte-americanas para atender à demanda da população em meio a uma possível queda nas importações. Ou seja, pode haver falta de insumos no mercado, o que também tem potencial para elevar preços e pesar sobre a inflação.
A alta da inflação pressiona o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a manter a taxa básica de juros do país em níveis elevados. Os efeitos são muitos: a economia americana desacelera mais, o dólar pode ganhar força contra outras moedas — e assim puxar a inflação em outros países.
Além disso, taxas mais altas nos EUA demandam juros elevados em outras nações para segurar a cotação do dólar. É o caso do Brasil, que acaba sofrendo pressão no câmbio e encarecimento da tomada de crédito.

➡️ Desaquecimento da economia
Há ainda o temor de uma recessão econômica nos EUA. Agentes do mercado avaliam que, com as tarifas, o encarecimento de produtos pode reduzir a produção e o lucro das empresas. Aliado à piora inflacionária, o receio é de que a maior economia do mundo esfrie. Esse termômetro foi sentido logo no dia seguinte ao “Dia da Libertação”, com tombo do dólar e de bolsas nos EUA, Europa e Ásia.

Veja as tarifas recíprocas anunciadas por Trump

PaísTarifa cobrada dos EUA* (%)Tarifa recíproca (%)
Reino Unido1010
Brasil1010
Cingapura1010
Chile1010
Austrália1010
Turquia1010
Colômbia1010
Israel3317
Filipinas3417
União Europeia3920
Japão4624
Malásia4724
Coreia do Sul5025
Índia5226
Paquistão5829
África do Sul6030
Suíça6131
Taiwan6432
Indonésia6432
China6734
Tailândia7236
Bangladesh7437
Sri Lanka8844
Vietnã9046
Camboja9749

*inclui manipulação de moeda e barreiras comerciais

 

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