Bebê de 8 meses morre após agressões sucessivas; mãe tentou culpar filho de 3 anos
Mãe e padrasto são suspeitos pela morte de bebê de 8 meses em SC. Laudo revela agressões sucessivas e versões contraditórias chocam a polícia.
A morte da pequena Vitória Sophia Bazzi da Costa, de apenas oito meses, comoveu a cidade de Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina. A bebê deu entrada na UTI do Hospital Universitário Santa Terezinha por volta das 3h da madrugada de quarta-feira (20), em estado gravíssimo, e não resistiu às lesões horas depois.
De acordo com informações apuradas pelo Jornal Razão, a Polícia Civil trata o caso como lesão corporal dolosa com resultado morte e investiga um possível histórico de agressões contra a criança.
Lesões em diferentes estágios
Um laudo da Polícia Científica revelou que a bebê apresentava fraturas nas costelas de ambos os lados do corpo, em diferentes graus de cicatrização — o que indica episódios sucessivos de violência. Também foram constatadas fraturas no braço e no fêmur, além de lesões no pulmão, que exigiriam cirurgia, e marcas no antebraço e na coxa direita.
Segundo o hospital, a bebê chegou com rigidez corporal, febre e gemência constante. A mãe alegou inicialmente que se tratava de uma gripe, mas os médicos desconfiaram dos sintomas e acionaram as autoridades.
Contradições da mãe e do padrasto
A mãe, Daniele Bazzi, de 21 anos, foi ouvida pela polícia e apresentou versões contraditórias. Primeiro, disse morar com a mãe e afirmou que a bebê teria sido ferida pelo irmão de 3 anos. Em outro momento, mencionou uma suposta babá chamada “Nana”, mas não conseguiu fornecer dados sobre a cuidadora.
Na quinta-feira (21), o padrasto, Carlos Manoel Prates da Luz, de 23 anos, também prestou depoimento e apresentou outra versão. Segundo a delegada Fernanda Guelen da Silva, ambos afirmaram que saíam para trabalhar e que o outro ficava responsável pelas crianças. Nenhum deles assumiu ter presenciado qualquer agressão.
Celular apreendido e novas provas
A polícia apreendeu o celular da mãe e encontrou mensagens enviadas à avó da bebê, nas quais Daniele relatava ter percebido os machucados da filha. Em uma das conversas, a avó orienta: “Mantenha sempre o mesmo relato”, o que reforça a suspeita de tentativa de encobrir as agressões.
Irmão com sinais de violência
O menino de 3 anos, irmão da bebê, também apresentava lesões suspeitas. Ele foi submetido a exames periciais e está sob os cuidados da avó materna, após ação do Conselho Tutelar.