Conectividade Remota: Fazendo Home Office desde o Interior do Rondônia
Trabalha remotamente desde o interior de Rondônia? Parece utopia ou exagero de blogueiro de vida simples. Mas, curiosamente, não é ficção. Nas bordas da floresta, entre estradas de terra vermelha e o silêncio quebrado por araras e galos, já tem gente batendo ponto virtual, mandando e-mails, fechando contratos e participando de reuniões globais. E com uma conexão estável.
A ideia de que só é possível trabalhar de casa em centros urbanos caiu. De acordo com dados do IBGE de 2023, cerca de 20% dos trabalhadores em Rondônia realizavam atividades remotamente — número impensável há cinco anos. Em regiões como Ariquemes, Vilhena e até em distritos rurais de Porto Velho, a presença da fibra óptica tem virado jogo. E onde a fibra ainda não chega? Entra em cena o satélite.
O sinal chega. Mas não sem esforço
Não dá pra negar: trabalhar do interior exige mais que uma boa cadeira ergonômica. Exige, antes de tudo, um plano B. E, às vezes, um C.
O engenheiro de software Leonardo, morador de Cacaulândia (população: 5.679), conta que seu home office só funciona porque ele investiu pesado. Duas conexões de internet — uma via rádio, outra satelital —, nobreaks, antena extra e, claro, paciência. “Quando chove, reza ajuda. Mas 95% do tempo funciona.”
E essa realidade é mais comum do que parece. Segundo a Anatel, houve um aumento de 48% na contratação de serviços de internet rural em Rondônia entre 2020 e 2024. Um dado que ajuda a explicar por que tanta gente tem migrado para pequenos sítios ou cidades mais tranquilas mantendo seus empregos digitais.
A selva digital: desafios e ajustes
Ainda assim, nem tudo são flores — ou jabuticabas do quintal. O principal desafio continua sendo a instabilidade energética. No interior, quedas de luz ainda são comuns, especialmente em períodos de chuva. Além disso, certos serviços logísticos, como entrega de equipamentos ou assistência técnica, podem demorar dias.
Outro ponto: o preconceito. Ainda existe a desconfiança de clientes ou chefes sobre alguém “que mora no mato”. A solução, muitas vezes, é mostrar produtividade com dados. Quem entrega resultado, ganha confiança.
Outro problema é a frequente falta de medidas de segurança. E isso em um momento em que você pode baixar aplicativos de VPN para PC ou smartphone e proteger sua conexão. Um exemplo notável de aplicativos de VPN da VeePN iOS oferece criptografia, proteção contra phishing e vigilância. Embora nenhuma ferramenta ofereça 100% de proteção, a VeePN oferece uma solução simples e bastante confiável.
E há também uma curva de aprendizado para o próprio profissional. Lidar com silêncio absoluto, organizar uma rotina sem fronteiras físicas entre casa e trabalho e manter-se atualizado requer disciplina. A floresta ao redor não perdoa procrastinação.
Natureza sim, isolamento não
A ilusão de que o interior é sinônimo de isolamento social vai se dissolvendo quando você percebe que o Zoom conecta você ao Japão e que o Slack avisa do prazo estourando em Londres. O isolamento é físico — e voluntário. O mundo está logo ali, a um clique.
Mais interessante ainda é a qualidade de vida. O tempo que antes era consumido por trânsito agora serve para plantar hortaliças ou caminhar no final da tarde. Morar em regiões como Alto Paraíso do Oeste ou Nova Mamoré oferece uma combinação rara: custo de vida baixo e espaço, muito espaço.
Mas e a solidão? Para quem precisa de contato humano fora das telas, há coworkings emergentes, cafés com internet decente e grupos locais que se organizam para troca de experiências. Até pequenas comunidades em apps como Telegram e WhatsApp têm servido de apoio emocional e técnico para esses novos “nômades fixos”.