Nota atribuída ao Comando Vermelho circula em Ji-Paraná e levanta alerta sobre disseminação de fake news

JI-PARANÁ (RO) — 28/05/2025
Um suposto informativo atribuído à facção criminosa Comando Vermelho começou a circular nas redes sociais nesta terça-feira (28), causando preocupação entre moradores da cidade de Ji-Paraná. No conteúdo, o grupo nega envolvimento com recentes ameaças a policiais e comerciantes da região, além de acusar autoridades e veículos de imprensa de divulgarem notícias falsas.

O texto, divulgado em tom informal e com linguagem típica de facções criminosas, alega que a organização “não ameaçou nenhum policial ou autoridade pública em Ji-Paraná” e que denúncias envolvendo cobrança de propina ou intimidação a comerciantes seriam falsas. Além disso, o comunicado afirma que o grupo atua de forma “pacífica” e que sua presença teria gerado suposta diminuição de crimes na cidade.

O documento também menciona um confronto ocorrido em Porto Velho — que teria resultado em mortes de integrantes da facção, inclusive de inocentes, segundo a nota — e acusa a mídia de omitir informações. Em tom de crítica, o texto aponta que a redução de crimes estaria gerando insatisfação entre servidores da segurança pública, insinuando que isso teria motivado a disseminação de informações falsas contra o grupo.

Autoridades alertam sobre risco de normalização do crime

Apesar do teor negacionista da nota, autoridades de segurança pública e especialistas em criminalidade urbana alertam para o risco da disseminação de mensagens como essa. Comunicações atribuídas a facções criminosas, mesmo quando negam atos violentos, tentam criar uma falsa sensação de controle social e de “proteção paralela”, o que representa uma grave ameaça à autoridade do Estado e ao direito da população de viver sob leis legítimas e democráticas.

A presença de organizações criminosas em qualquer território não é sinônimo de ordem, e sim de violação de direitos, coação, e insegurança institucional. A disseminação desse tipo de mensagem, ainda que sob a alegação de “tranquilizar a população”, pode configurar apologia ao crime e tentativa de manipulação da opinião pública.

Investigações em andamento

Órgãos de segurança monitoram a origem e a autoria do material divulgado, e já investigam se a nota tem ligação real com lideranças da facção no estado. A recomendação é que a população não compartilhe esse tipo de conteúdo e confie apenas em informações oficiais divulgadas por canais institucionais reconhecidos.

O caso reforça a importância de um ambiente de informação responsável, no qual a liberdade de expressão não seja confundida com instrumento de propaganda criminosa.

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