“O taxador”: Trump anuncia tarifa de 30% sobre importações do México e da União Europeia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta semana tarifas de 30% sobre importações do México e da União Europeia, com vigência a partir de 1º de agosto de 2025. A medida integra uma nova rodada de notificações comerciais enviadas pelo governo norte-americano, que já alcançaram 25 países com taxas variando entre 20% e 50%.
Justificativas das tarifas
México
Em carta à presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, Trump alegou que a tarifa visa combater a crise nacional do fentanil, responsabilizando os cartéis mexicanos pela entrada da droga nos EUA:
“O México ainda não conseguiu deter os cartéis que tentam transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico”, afirmou o republicano.
Trump reconheceu esforços do México no controle da fronteira, mas considerou as ações insuficientes. Produtos transbordados para evitar a taxa também estarão sujeitos à tarifa mais elevada.
União Europeia
Já para a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump citou os déficits comerciais persistentes com o bloco como motivo para a medida:
“Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco”, escreveu o presidente.
A carta também ameaça elevar ainda mais as tarifas em caso de retaliação e cobra abertura de mercado europeu para produtos norte-americanos.
Reações internacionais
Von der Leyen respondeu criticando as tarifas e alertando para o impacto negativo sobre cadeias de suprimento transatlânticas, empresas e consumidores:
“Seguimos prontos para continuar trabalhando em direção a um acordo até 1º de agosto, mas tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE.”
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, expressou apoio à Comissão Europeia e defendeu a manutenção do foco nas negociações bilaterais.
Outros países notificados
Com México e UE, 25 países foram notificados por Trump desde segunda-feira (7). As tarifas mínimas vão de 20% a 50%. O Brasil lidera com a maior tarifa, de 50%. Veja a lista completa:
| País | Tarifa |
|---|---|
| África do Sul | 30% |
| Argélia | 30% |
| Bangladesh | 35% |
| Bósnia e Herzegovina | 30% |
| Brasil | 50% |
| Brunei | 25% |
| Camboja | 36% |
| Canadá | 35% |
| Cazaquistão | 25% |
| Coreia do Sul | 25% |
| Filipinas | 20% |
| Indonésia | 32% |
| Iraque | 30% |
| Japão | 25% |
| Laos | 40% |
| Líbia | 30% |
| Malásia | 25% |
| México | 30% |
| Mianmar | 40% |
| Moldávia | 25% |
| Sérvia | 35% |
| Sri Lanka | 30% |
| Tailândia | 36% |
| Tunísia | 25% |
| União Europeia | 30% |
Cartas oficiais
As cartas de Trump a Sheinbaum e Von der Leyen reafirmam o compromisso dos EUA com o comércio internacional, mas deixam claro que tarifas adicionais podem ser aplicadas caso não haja mudanças nas políticas comerciais dos países notificados. O presidente também sinaliza que empresas que transferirem produção para os EUA poderão ser isentas das tarifas.