Os 28 dias de internação na UTI foram solitários para o seu Maciel Júnior. Com um quadro grave de Covid-19, as únicas companhias do radialista de 52 anos eram os médicos e enfermeiros. Atualmente, se recuperando em casa, Maciel viu de perto esses profissionais aprendendo a lidar com a doença. “Esse período foi difícil ouvir a dúvida dos médicos porque eu peguei [o coronavírus] no início de abril, então era muito cedo, eles ainda estavam estudando quais medicamentos serviam. Às vezes servia em uma pessoa e não na outra, que sequelas ficariam e como tratar”, diz. No entanto, diferentemente do Maciel, quem contrai o coronavírus e precisa ser internado, provavelmente vai encontrar agora uma equipe mais preparada. Passados mais de seis meses desde o início da pandemia, profissionais na linha de frente do atendimento, sobretudo dos casos mais sérios, aprimoraram técnicas e rotinas. Segundo o supervisor da UTI do Instituto Emílio Ribas, Jaques Sztajnbok, apesar de terem sido difíceis, os últimos meses trouxeram aprendizados valiosos. “De lá pra cá muita coisa mudou. Nós aprendemos muito no enfrentamento diário. Grande parte desse conhecimento foi incorporado nas estratégias terapêuticas que nós utilizamos hoje. E posso dizer que o paciente que foi admitido em fevereiro, se fosse admitido hoje, teria uma chance de sobrevivência muito maior por conta da incorporação de novas estratégias terapêuticas”, explica.