VEJA: ‘Professor’, chefão do CV, tem cabeça estourada na bala após briga com amante
Em um desfecho dramático que abalou o crime organizado no Rio, Phillip da Silva Gregório, 37 anos, conhecido como “Professor”, um dos principais chefes do Comando Vermelho (CV) no Complexo do Alemão, morreu com pelo menos um tiro na cabeça, após uma briga com a amante na noite desse domingo (1º).
Segundo relatos de moradores, o assassinato ocorreu durante uma discussão acalorada entre o casal, dentro da Favela da Fazendinha, área controlada pelo traficante. À polícia, a amante do traficante alegou que “Professor” tirou a própria vida após uma discussão. Veja o vídeo.
Em seu depoimento, a amante afirmou que estava com “Professor” há quatro anos e já tinha uma filha com ele, de dois anos. A mulher contou que foi até a localidade da Área 5, no Alemão, após ser chamada pelo homem, que queria conversar sobre o término e sobre uma possível reconciliação. Ele não estava no endereço quando ela chegou.
Ela relata que o “Professor” chegou no local embriagado e a ofendendo, chamando ela de “piranha” e “puta”. O traficante afirmou que ela “preferia dar e mamar pros caras a ficar com ele”. Ele quebrou o celular da jovem e sacou uma arma.
“[A amante] alertou-o sobre o uso da arma, pedindo para não beber mais, pois sempre se descontrolava. [Professor] respondeu que daria um tiro no pé da declarante, chegando a apontar a arma nessa direção, mas recolocando-a na cintura após repreensão da declarante.”, diz o termo de declaração.

Ainda de acordo com o depoimento da amante, ela se ajoelhou e pediu para “que a deixasse seguir sua vida”. Em seguida, apontou a arma para a própria cabeça, dizendo: “Quer ver eu me matar por sua causa?”, e, após breve hesitação, disparou contra si, caindo no sofá.
O “Professor” era considerado um “matuto” — jargão do crime para traficantes especializados em logística de alto nível. Sua queda representa um terremoto no CV, já que ele:
- Movimentou R$ 1,2 bilhão em três anos com compra e venda de armas;
- Abasteceu o CV com mais de 43 mil armas (fuzis e pistolas), muitas vindas do contrabandista argentino Diego Dirisio, preso pela INTERPOL em 2024;
- Controlava a expansão do CV na Zona Oeste e era “dono” da Favela da Fazendinha.

Documentos obtidos pela Polícia Federal revelaram que Phillip negociava com policiais militares, incluindo supostos acordos sobre troca de comando em UPPs e pagamento de propina. As investigações, que já o monitoravam, agora tentam mapear o vácuo de poder deixado por sua morte.
Especialistas alertam que a morte do “Professor” pode desestabilizar o CV no Alemão, com disputas por seu território, interromper o fluxo de armas para a facção, afetando conflitos no RJ e expor novas investigações sobre corrupção policial.

A morte de “Professor” ocorre menos de um mês depois da operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) que acabou com o reinado de terror do “TH da Maré”, um dos criminosos mais procurados do Rio de Janeiro.